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domingo, 18 de setembro de 2011

Última semana da Exposição de Telas e Mostra Cruzaltino, de Greice Pozzatto

  Encontra-se, na Casa de Cultura Justino Martins, em Cruz Alta, desde o dia 1º de setembro, a Exposição de Telas "Inspiração em Sépia" e 1ª Mostra Cruzaltino, da artista Greice Pozzatto.
  Lembrando que esta é a última semana para visitação. A exposição ficará na sala Gioconda até o dia 23 de setembro. 

Aos interessados, postamos abaixo uma chamada da exposição, feita pela RBS TV. Confiram:




O Jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, publicou uma nota a respeito:









O Jornal Estilo, de Cruz Alta, fez uma excelente entrevista com a artista. Creio que esta é a primeira vez que a Greice fala sobre arte, suas técnicas e predileções. Vale a pena conferir.


Para facilitar a leitura, transcrevemos, na íntegra, logo abaixo, sua entrevista:


Greice Pozzatto

JE - Desde quando você tem interesse pela pintura?
Greice Pozzatto - Meu interesse pela pintura surgiu juntamente com meu interesse pelo desenho. Devido a dificuldade de uma criança obter o material necessário (e de alto custo) para a pintura, acabei enveredando para o desenho, que é mais prático. Todavia, desde que comecei a encarar o desenho como profissão, e co-criei as tiras em quadrinhos do Cruzaltino, meu interesse pela pintura retornou. Uma coisa chamou a outra e comecei a pesquisar combinação de cores, estilos, traços, texturas, aquarela e, consequentemente, pintura à óleo. 

JE - Qual é a sua inspiração para o seu trabalho?
GP - Com a pesquisa que referi na pergunta anterior, acabei percebendo que nenhum artista (ao menos que eu tenha conhecimento) se aventurou em utilizar, em sua paleta, apenas tonalidades em sépia. Obviamente, a proposta desta exposição não é inovar ou fazer algo revolucionário, mas, sim, trazer algo diferente, um olhar curioso sobre a pintura em tela, uma vez que, optar pelo sépia, limita o artista na exploração e combinação de luz, sombra, tonalidades e texturas. Essa limitação pode ser encarada como um bom desafio criativo. Em relação ao tema, utilizo, basicamente, paisagens e recortes da cidade de Cruz Alta. Procurei algo que não destoasse demais com meu trabalho habitual, que são as tiras em quadrinhos de um personagem cruz-altense, como se a pintura e o desenho se tornassem um a extensão do outro.

JE - Quais são os artistas e obras que você admira?
GP - Aprecio a pincelada fotográfica de Leonardo Da Vinci, a sombra e luz de Delacroix e o realismo de Caravaggio. Quanto à arte moderna, não gosto muito das obras conceituais e abstratas surgidas após as Vanguardas Européias, salvo raras exceções como Francis Bacon, Salvador Dalí e Escher.
Minha obra preferida é “Las Meninas” de Velasquez. O conceito desta pintura barroca, onde a “câmera” foca o olho do “fotografado” a observar a paisagem que ficará fora do quadro é extremamente genial.

JE - Qual escola você procura seguir?
GP - Gostaria de, um dia, aprender técnicas da escola renascentista e ser capaz de reproduzir retratos com extrema fidelidade. É um objetivo ainda distante. Sendo mais realista, estou mais preocupada, momentaneamente, em criar meus próprios caminhos. E uma boa forma, assim acredito, é procurar se estimular através de desafios. No momento, minha escola é a pintura em sépia, cujo desafio é, justamente, trabalhar com esses recursos extremamente limitados na paleta.

JE - Você procura estudar os temas das pinturas?
GP - Nesta coleção “Inspiração em Sépia” procurei estudar as melhores formas de trabalhar com a limitação de cores, texturas e técnicas de pincelada. Tentar extrair muito do pouco. Como o tema é, basicamente, Cruz Alta, e considerando que vivo aqui desde que nasci, não foi necessária muita pesquisa, mas sim, um prazeroso exercício de observação. Mesmo passando todos os dias pelas mesmas ruas, é incrível como, quando nos atemos à pequenos detalhes, podemos extrair algo novo de uma mesma paisagem. Tudo depende do ângulo e da “lente” do observador. 

JE - Para você, pintar é uma compulsão ou uma terapia?
GP - Uma terapia. Mas prefiro pensar que é uma extensão de meu trabalho como ilustradora. Um processo natural, pois um desenhista deve explorar todas as possibilidades, desde grafite, lápis de cor, giz de cera, aquarela, guache, tinta à óleo, acrílica, pintura digital, etc... Do mesmo modo que um bom cantor (mesmo sendo apenas vocalista) precisa ter conhecimento razoável de bateria, violão, guitarra, baixo e teclados para ser um músico completo.